quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Não me sinto enojada

Estava lendo o fantástico blog Mãe Galinha, cuja leitura eu recomendo, onde ela fala do insuportável chulé de seus filhos. Com exceção de um leitor que aparentemente adora chulé e outros maus-cheiros de seus rebentos, todos são unânimes em dizer que os cheiros fétidos da cria são suportados por amor.
A mãe natureza fez tudo de um jeito tão perfeito que posso não aturar coco de outras crianças, mas nunca saí correndo vomitando porque meu dedo chafurdou-se na merda dos dois, nem porque fui ensopada pelo xixi de meus bebês, nem porque a gola da minha blusa estava esbranquiçada com o regurjitamento após a mamada. Para falar a verdade, sem demagogias, até pouco tempo gostava mesmo do cheiro do coco deles. Isso quando eles ainda estavam restritos às inocentes papinhas e mamadas.
Por enquanto, eles não tem chulé e o bafinho da manhã é realmente agradável. Sei que isso vai mudar e o que os fedores tendem a ficar mais a sério ao longo dos anos. Até agora tenho administrado bem. Esses dias mesmo laura cuspiu algo que não tinha gostado e eu coloquei na minha boca e comi aquela bolacha amassada e babada. Outro dia também Laura estava com o nariz sujo e eu ergui minha camiseta e o limpei. Limpar com os meus próprios dedos e depois ir com a caca pendurada até o banheiro também é praxe. Ossos do ofício. E, sinceramente, não me sinto enojada.
(junho de 2006)

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