quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Cuidado com a Cuca, que a Cuca te pega!
Acho que não é legal dizer para uma criança: "Faz isso ou o bicho papão vem te pegar!", "Come tudo, senão eu chamo o homem do saco", "A bruxa pega criança que é malcriada".Minha mãe gostava de perguntar se ela e meu pai se separassem com quem eu ficaria. Eu dizia que com ninguém. Detestava me sentir contra a parede. Eu tinha uns 5, 6 anos acho. E meus pais ficaram casados até os meus 30, por 31 anos. E eu nunca consegui saber com quem eu ficaria.Também acho ruim quando a mãe ou o pai colocam a criança de castigo "para pensar" no que fez. Nunca tinha refletido sobre isso, até que uma amiga de Madri me iluminou. "Dizer isso faz com que a criança associe o ato de pensar a castigo". Não, meu filho, pensar é bom. E castigo é outra coisa. Quando a gente põe a criança de castigo ela já sabe porque está lá. Ponto. A gente não é obrigado a passar uma eternidade refletindo sobre os erros. Aceita-se ou não, paga-se por ele e nada de dívida. Nada de ficar relembrando a criança de que ela fez algo errado.Péssimo também é a mãe, num ataque de histeria, dizer que vai embora, pois não aguenta mais. Uma vez, há muito tempo, era babá de quatro crianças diabinhas. E um dia, só vi quando a mãe doida perdeu as estribeiras, entrou no carro e saiu que nem louca. As crianças entraram em desespero, achando que nunca mais veriam a mãe. E eu morrendo de pena, sem saber o que fazer para consolá-los. Nesses casos recomendo: fluoxitina, chá de camomila, terapia. Mas nada de chantagens emocionais.Chantagem emocional também está em prometer o sorvete se comer tudo. Ir ao cinema se estudar direitinho, ganhar o carro se passar na faculdade. Admito que acho uma tentação enorme recorrer a esse expediente. Mas não acho certo.Enfim, pode ser que um dia em caia no pecado de fazer uma dessas coisas. Mãe não está acima dos demais mortais. E se eu falhar, o fantasma pode vir me puxar o pé no meio da noite, pois saberei que mereci.
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