quinta-feira, 15 de julho de 2010

Brasil - New York City

Será que alguém consegue desconfiar porque faz tanto tempo que não escrevo? Não vou falar que é por falta de tempo, pq tempo a gente sempre arruma. Mas posso dizer que foi por cansaço e falta de inspiração. A cabeça desta mãe anda trabalha na potência máxima este ano (tipo um fusca ano 70 acelerado) e não consegue parar para ficar só contemplando e pensando numa das coisas mais fantásticas deste mundo para mim, que é ser mãe. Não deixei de ser mãe, nem coruja, mas deixei de ser a mãe blogueira porque realmente não anda rolando. Não ando escrevendo poesias, meu outro blog também está abandonado e durmo até lendo revista de fofoca, coisa que eu adoro. Ler estórias para Lala e Santi é certeza de que EU vou dormir. É sério. Eu durmo na metade. Eles já sabem. Hoje estava assistindo Elo Perdido com eles (sim, aquela série tosca dos anos 80, cujos DVDs eu comprei pq todo mundo tem um pouco de tosco) e enfim, dormi antes mesmo de os tres patetinhas da série (pai, filha e filho) conhecerem a Chaka (uma fugitiva do Planeta dos Macacos, tenho certeza). Ando cansada, cansadinha, cansadona, cansadérrima...
Mas Lala e Santi não dão trégua e são adoráveis todos os dias, dizem coisas interessantes o tempo todo, me surpreendem a todo momento.

Ora, mas porque tanto cansaço? Para quem ficou com dois bebês durante anos praticamente sozinha no dia-a-dia (o pai morando em outro país, eu solteira e a familia em outra cidade), agora qualquer coisa deveria ser melzinho na chupeta. Eu achei pelo menos. Mas não é bem assim.

Em algum ponto da minha missão Luciana-mãe, eu descobri que precisava namorar. Daí virei Luciana-mãe-namorada. No momento seguinte, as crianças sabendo andar, falar, e eu dando conta de namorar, eu resolvi voltar a olhar para minha profissão. Porque tirando mãe, já tinha sido todo o resto sozinha: Luciana-viajante, namorada, jornalista, só não tinha sido tanta coisa junta ao mesmo tempo. É bastante informação e eu não fui fabricada pela Apple ou Microsoft. Sou produção caseira do senhor Rubao e dona Marlene, com recursos limitados. Então, quando voce quer turbinar um carro modelo mais antigo tem que investir pesado.

Foram alguns anos até eu pensar: agora preciso traçar minha estratégia profissional. Como adoro fazer lista de metas e de sonhos, fiz uma profissional e daí segui um caminho não tão longo, mas dedicado. Porque não é só traçar meta profissional. É ver como ficará a Luciana-mãe-namorada-filha na história, até pra conseguir dar mais passos adiante.

Isso envolveu um trabalho intensivo de terapia, tratamentos corporais, constelação familiar, mapa numerologico, remédio antidepressivo pra acalmar a TPM (mas vamos lá, nunca é só TPM), e um punch no meu modus operandi no trabalho.

Deu certo. Teve uma seleção para correspondente e eu, 10 anos de casa, mãe de gemeos, 39 anos, tres anos com a mesma mulher, fui escolhida. Me senti o azarão, a Republica dos Camaroes vencendo a Copa do Mundo. Tá, tinha gente que falava que eu tinha chances e eu mesma achava, senao nao tinha entrado nessa, mas vamos e venhamos que não é o perfil mais comum dos correspondentes. Novos tempos. E sempre acho que podem ser ainda mais novos.

Fui escolhida e daí em diante não houve trégua para esta cabeça. Foi um sequencia, às vezes, diária, de ondas gigantescas. Nenhum tsunâme, graças a Deus. E aprendi com tudo isso que sei surfar. Tomei uns caldos, mas agora to me saindo bem nessas essas ondas.

Lala e Santi também estão se saindo super bem. E é sobre eles que vou falar a partir de agora...

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